terça-feira, 23 de julho de 2013

Nossos Ontens - 01

Nossos Ontens... O garoto aparece


Era uma vez, um garoto. Um garoto comum, nascido numa capital do Nordeste brasileiro como muitos outros. Membro de uma família de classe média, que passou por vários planos monetários, vários governos diferentes, desde o declínio da Ditadura até o Plano Real... Mas essa não é uma história sobre Economia. Não, longe disso. Esse garoto não cresceu para se tornar um sociólogo que fez mais sucesso como Ministro da Fazenda ou Presidente, de qualquer maneira. 

Esse garoto queria ser piloto de avião

Este sempre foi o seu sonho, mesmo que tenham havido fases onde ele queria ser policial (por causa do seu avô) ou bombeiro (por causa do seu tio) ou desenhista (por adorar histórias em quadrinhos) ou super-herói (adivinha por quê). O negócio é que a idéia de singrar os ares no comando de uma máquina super-ultra-mega-hiper-aparelhada sempre voltava para o centro da sua atenção.
Claro, esse é o tipo de sonho que não se realiza da noite para o dia, e o garoto ainda tinha muita coisa pela frente. Muito a se estudar, programar, entre outras coisas. Mas vamos deixar isso de lado, por enquanto. "Arquivar para futura referência", como um personagem de um dos seus quadrinhos favoritos costumava dizer.

Infelizmente, como quase sempre acontece com filhos únicos, o garoto era muito sozinho. Sim, ele tinha seus pais, alguns primos, alguns colegas de escola... Mas nenhum companheiro de verdade. Pelo menos, não por um bom tempo ainda. Então, ele vivia muito tempo no seu próprio mundinho particular. Tendo aprendido a ler muito cedo (e, segundo seus pais contavam, praticamente sozinho, olhando para as figurinhas e entendendo o significado dos símbolos que as descreviam) ele passava um bom tempo lendo seus livros e suas revistinhas; assistindo desenhos animados (adorava Transformers) e filmes de aventura (nessa época, seus maiores vícios eram Conan e Guerra nas Estrelas - nada de Star Wars aqui, por enquanto); e desenhando
Ele adorava desenhar. Nunca gostou muito de pintar seus rascunhos, no entanto. Não me perguntem o motivo, eu não saberia explicar. Era coisa dele, afinal.
As pessoas diziam que ele desenhava bem, mas o garoto nunca tinha certeza se falavam sério ou só estavam querendo agradá-lo. De qualquer forma, mesmo que dissessem que era horrível (o que alguns meninos da escola certamente faziam), ele não iria deixar de desenhar. Era uma atividade singularmente prazerosa. 
Ele se sentia bem criando algo do nada. Sempre que olhava uma página em branco, começava a imaginar como preenchê-la e não parava até conseguir. Desenhava de tudo: personagens de desenhos, cenas do dia-a-dia, planos de aventuras, mapas do tesouro... Nada era proibido, para ele.
E isso continuou assim, durante um bom tempo. Até que não. Mas essa já é uma outra história, que devemos explorar depois.

Já com uma certa idade, ainda antes de completar oito anos (mas já maior que sete!), o garoto fez uma viagem de avião com seus pais, realizando assim uma parte do seu sonho de voar. Foi uma viagem longa, para aproveitar bem as férias. Foram de avião até Brasília, a capital do país, onde conheceram alguns parentes distantes e visitaram seu tio bombeiro, que estava morando por lá. Depois, foram até Foz do Iguaçu, e passaram quase um dia inteiro dentro de um ônibus. O garoto não gostou muito dessa parte, mas os outros passageiros e o guia eram tão divertidos, e ainda faziam algumas brincadeiras para passar o tempo... Deu para aguentar, então. Enquanto estavam por lá, também foram de carro até Buenos Aires e Ciudad del Este, conhecer os lugares e fazer compras. Sua mãe adorava fazer compras. Ele, por sua vez, adorou as Cataratas do Iguaçu e o hotel gigante onde ficaram.

Um coleguinha, com quem ele fez amizade na viagem de ônibus, virou seu companheiro de brincadeiras. Numa bela noite (bela mesmo, o céu estava mais cheio de estrelas do que ele já tinha visto em toda sua vida), quando seus pais foram conhecer um cassino, as crianças foram proibidas de ir. Tudo bem para eles, que ficaram sozinhos com a avó do coleguinha, que não tinha nenhum interesse em jogos de azar ou bebidas ou shows de música. 
A essa altura, o garoto já tinha feito sua cota de compras: como seu aniversário estava perto, ele ganhou mais de uma dúzia de bonequinhos de uma série chamada "He-Man", que ninguém nunca tinha ouvido falar (ainda, tá?) e os dois colegas brincaram por um bom tempo, até tarde da noite. Depois, quando cansaram de ficar no quarto, eles resolveram descer para a piscina do hotel - sem avisar a avó do menino, que já estava dormindo. Trocaram de roupa, colocaram calções de banho e, ao chegar na área de recreação do hotel, notaram algo estranho: uma curiosa fumacinha estava saindo de suas bocas. Achando engraçado, começaram a fingir que estavam fumando, só pra ver como ficariam. 

Se acharam meio ridículos. 

Passada a novidade, pularam na piscina - e quase saem voando de verdade, com o tremendo choque térmico que levaram ao mergulhar naquela água congelante. Os dois meninos saíram em disparada da piscina, se enrolando em suas toalhas (que, abençoadamente, lembraram de trazer) e correndo escada acima, para ver se conseguiam se aquecer. O quarto em que eles estavam ficava no décimo-terceiro andar, por sinal. Foi uma longa subida.
No dia seguinte, ambos pareciam levemente resfriados, mas logo começaram a piorar e chegaram a ser diagnosticados com um princípio de pneumonia - algo que os adultos não conseguiam entender. Devia ser algum vírus do local, imaginaram. Não creio que eles contaram para qualquer pessoa algo sobre sua aventura na piscina congelante do hotel. 
Na verdade, eu acho que eles guardaram esse segredo por um bom tempo. 

Provavelmente...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Tirando a poeira...

Ok, vamos começar de novo. 

Este espaço servirá de pano de fundo para divulgação de algumas idéias, projetos e bobagens que populam esta mente quase quarentona (mas nunca caretona).

Vale tudo: quadrinhos, filmes, música, livros, videogames, cultura pop em geral... Enfim, tudo que der vontade de falar. Provavelmente, vou encher o saco de vocês alguns dias, cansar disso tudo e passar dois anos sem escrever nada. Daí, voltarei triunfalmente para um último post magistral e desaparecerei para sempre no éter.

Ou, então, escreverei aqui semi-regularmente e vejamos onde paramos. =)

No mais, é bom ter um lugarzinho meu de novo.
Será que me aguentam?